Não sou escritor! E nem sei se um dia serei. Esse atributo é para os bons: Cecília Meirelles, Carlos Drummond... Esses sim são escritores! Eu? Bem, eu sou um amador: amo os livros porque são imortais, os diários esquecidos nas gavetas pelas memórias falhas. Eu apenas escrevo.
Eu escrevo o real e o irreal. Escrevo para criar um lugar encantado, maravilhoso onde sua sedução seja melhor que minha realidade. Escrevo para trazer o mundo encantado para a humanidade. Escrevo para traduzir minha alegria, minha felicidade, saudade, tristeza... Escrevo para mostrar a beleza dessa vida sem graça que ninguém percebe que passa, que ninguém vê. Escrevo porque tenho fome de literatura. Eu escrevo quando as palavras silenciam. Escrevo porque também aprendi a ler, a amar a Gramática, juntar letras, sonhar. Escrevo porque meu coração chora de emoções que não são nada comuns. Escrevo porque só assim posso encontrar o outro sem medo. Escrevo porque as palavras se ligam como construção de pontes. Escrevo porque gosto da sensação de texto fresco entre os meus dedos. Escrevo para suavizar meus sofrimentos e eternizar minhas alegrias. Escrevo porque não sei cantar, nem bordar, nem pintar, muito menos esculpir. Escrevo para não pirar de tanto pensar. Eu escrevo para sonhar, repousar talvez com a mesma inspiração divina que Deus ao desenhar a humanidade. Eu escrevo porque só assim me sinto alguém ou até mesmo ninguém. Escrevo porque já cai demais e preciso ser alfabetizado para não perder o encanto da voz da minha alma. Escrevo para nunca esquecer o afeto dos meus pais. Escrevo para lembrar a minha infância, dos brinquedos e da época em que não existiam maldades. Escrevo porque gosto de gastar o lápis, rabiscar até a última página do caderno, secar a tinta da caneta. Escrevo porque tenho fé que virão dias melhores. Escrevo porque gosto de te seduzir. Escrevo porque as paixões me inspiram a escrever. Escrevo porque gosto de contar minhas histórias para desconhecidos como se fosse a coisa mais importante do mundo. Escrevo porque quero sonhar com o futuro, porque a vida já é um drama e eu preciso do sossego que o livro me trás. Escrevo porque não gosto de ver aquela página em branco. Escrevo porque O Pequeno Príncipe me inspirou desde pequeno quando cativou a rosa. Escrevo quando os dias são bons, quando os dias são ruins, quando a chuva me inspira, quando o sol brilha bem cedinho escondido nas nuvens com receio de dizer “-Bom dia vida”. Escrevo porque só aqueles que escrevem podem descrever o êxtase de escrever. Escrevo porque penso naquele que já não amo mais ou naquele amor que ainda está por vir. Escrevo porque sou meio carente. Escrevo porque escrever me faz esquecer de mim. Escrevo porque adoro receber cartas e respondê-las.
Escrevo porque sou escravo do papel. Escrevo para simplesmente me ouvir. Eu escrevo para renascer.
Danilo Luiz
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